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quarta-feira, 4 de abril de 2012

Afinal, pé rachado ou rasga-milho???

Já foi dito inúmeras vezes que este vil blog não é o púlpito de nenhum político local. Todavia, algumas pessoas continuam enganadas, o considerando como veículo de propaganda da oposição.
Em relação a isso já pensei seriamente em desativá-lo, pelo simples motivo de muitos não compreenderem verdadeiramente o que está escrito aqui ou por distorcerem o sentido das palavras e por tentarem maculá-lo pela nódoa do sectarismo da politicagem. Também porque quem escreveu essas pobres linhas não querer se encobrir com o lençol da ignorância que envolve alguns fanáticos. Mas não se engane amigo leitor, acreditando que quem agrupou essas palavras se considera um sujeito sapiente, ao contrário, é um individuo que só busca se desvencilhar dos grossos retalhos deste lençol que ofuscam a luz do conhecimento. Por enquanto, alguns amigos dissuadiram-me dessa ideia.
Pessoas já mim perguntaram pessoalmente se eu sou pé rachado ou rasga-milho. Para algumas respondi de maneira cômica: nem um e nem o outro, ou os dois, não tenho lado, sou redondo.
Vale ressaltar mais uma vez: este blog não apoia e também não desapoia nenhuma facção política da Serra de São Pedro. O que acontece claramente é que às vezes ele faz algumas críticas à administração pública municipal. Críticas fundamentadas na observação e no empirismo. Diferente de alguns meios midiáticos que há na nossa cidade, que tem como orientação editorial, o explícito sensacionalismo com a inoperância do governo municipal.
Essas críticas ensejaram alguns oposicionistas algumas vezes a se identificarem com este miserável blog. Destarte, que culpa tenho?
Se alguma vez atirei lenha na fogueira das vaidades, foi por pura ingenuidade e sem nenhuma intenção.
Nós que fazemos esta página na grande rede emitimos críticas sim, mas não críticas ao léu e quiçá poderemos fazer mais. Somos totalmente independentes e não barganhamos com ninguém, não fizemos favores e nem tampouco foi feito favor político nenhum a este blog. Resumindo: não temos padrinhos políticos e muito menos “rabo preso”. Não vendemos nossa consciência em troca de favores pessoais. Não vendemos nossa alma ao diabo e jamais auferimos um centavo sequer com este blog. O fazemos e o atualizamos acreditando que nossa cidade pode ser uma gleba mais agradável (entenda-se como uma sociedade onde aconteçam mais discussões e não meramente os embates dissonantes e infames da politicalha) e esta é a nossa contribuição para isso, embora modestíssima.
Tem algumas pessoas que circulam por aí afirmando que este blog está falando mal de todo mundo. Pois bem, então vamos nos defender. Vivemos num sistema de governo que permite qualquer cidadão emitir sua opinião sobre qualquer coisa (a famosa liberdade de imprensa), inclusive sobre a instituição legitimada para gerir os negócios públicos, a saber, a política.
Já na Grécia antiga, séculos antes de Jesus Cristo, Aristóteles afirmava na ágora de Atenas que o homem é um animal político (está incluído numa sociedade) e deve participar das deliberações que acontecem no seu meio social. Mas se não tem participação nenhuma, pode perfeitamente sem chamado de idiota.
Quando disse minha opinião, não mim posicionei contra e nem a favor. Não é função deste simples blog julgar e muito menos condenar ninguém. Só que temos um ego muito frágil e não aceitamos críticas, mesmo sabendo que elas representam a melhor forma para aprimoramentos. Sem essa de crítica construtiva ou destrutiva, isso é balela. Toda crítica tem a sua utilidade.
Sendo assim, só disse o que penso. Jamais, em hipótese alguma foi difamado aqui qualquer cidadão, seja da situação ou da oposição. Dificilmente citamos nomes para que isso não gere mal-estar desnecessário.
O problema é que acreditamos no velho adágio que afirma que política não se discute. Lógico que se discute, o que não se discute é falta de conhecimento, dogmatismos e soberba.
A política, ao contrário do que muita gente ingenuamente pensa, é uma ciência e tem como principal vulto, o gênio das coisas terrenas, o grande Nicolau Maquiavel. Sendo ciência e como a sua prática é quem decide tudo em torno do nosso “Deus moderno”, o dinheiro, por que ela não vira disciplina escolar? Será que quem deve iluminar não está apenas iludindo?
No auge da imaturidade de vinte e poucos anos, ainda não consegui discernir qual a diferença entre o grupo modebra, agora pé rachado, e o grupo rasga milho. Qual a diferença entre um e outro? Quais os desejos e necessidades de um que o outro também não os tenha? O que faz um depreciar o outro? Por que essa segregação? O que eles entendem por estarem todos enclausurados no mesmo substantivo? E que substantivo é esse?
Arte por Isac Design
O que faz um indivíduo de um grupo mudar para o outro: favores pessoais? Princípios ideológicos? Corrupção de valores? Aguardente em abundância? Status? Ou simplesmente o culto ao dinheiro?
Mas alguém pode dizer que rasga-milho e pé rachado, tratam-se, respectivamente, do principio democrático de situação e oposição. Pode até ser que seja isso. Contudo, onde está às discussões políticas para se conseguir o bem comum? O que se observa é a apartheid[1]: por um lado, os situacionistas tentando legitimar todos os atos (e a falta deles também) da administração e por outro, os oposicionistas que não observam nada digno de louvor nas ações do poder executivo municipal. Diante disso quem são os donos da verdade e quem são os donos da mentira?
Se inserir-se nesse meio for normal, então eu quero ser anormal. Nessa “guerra santa”, eu sou um agnóstico fanático.




PS: Sou um pobre coitado, sem eira nem beira, como diz os nossos amigos “beradeiros” e no futuro próximo poderei necessitar de algum serviço prestado pela prefeitura e provavelmente serei privado desse serviço. Privado?! Por quê? Porque para os políticos (os que estão no poder e os querem estar) o povo não deve pensar e muito menos fazer questionamentos. Quem proceder-se dessa maneira será visto como inimigo contumaz. Vejamos uma coisa, Platão disse que o governo ideal seria gerenciado por filósofos. Porém na contramão disso, os políticos não toleram ninguém que ouse pensar, eles almejam apenas que todos façam parte do séquito de soldados da sua doutrina, cujo soldo é a perpetuação da ignorância.


[1] Divisão da população em negros e brancos acontecida na África do Sul.