Do lado esquerdo da Igreja de São Pedro no
centro de Caririaçu, havia um círculo que servia apenas para ornamentar a praça
que envolve a igreja. Há alguns anos a prefeitura resolveu fazer ali um
banheiro.
Na época serviu o banheiro para pilhéria
de algumas pessoas, mas ele não foi de todo mal.
À frente dos sanitários masculino e
feminino, foi edificado um cômodo contíguo. Lá já se colocaram alguns artigos à venda,
principalmente artesanatos locais, mas não se sabe o motivo, talvez o volume de
vendas tenha sido pouco, a lojinha não floresceu e de algum tempo pra cá este
aposento se encontra fechado, praticamente sem nenhuma função.
Pois bem secretaria de cultura, a
sugestão é transformar aquele espaço ocioso numa pequena biblioteca.
Quem gosta de ler sabe que nem sempre se
encontra o que se procura. Porque não a prefeitura tentar amenizar essa
procura? Sabemos que livros são caros e são mais caros ainda pra nós que
sobrevivemos com um mísero salário mínimo, mas para a administração pública,
que pega em milhões, não deve ser tão caro assim.
Quem adquire livros com frequência
desembolsa uma boa quantia, obras literárias chegam a ser quase um artigo de
luxo devido ao seu preço. A Presidência da República, percebendo isso, está
criando o vale-cultura, uma ação louvável do Estado brasileiro.
Crie-se uma biblioteca lá, porque além
da tentativa de oferecer conhecimento a população, serve também para a
propaganda da instituição. Pense quando aqui chegarem turistas, qual visão eles
terão da cidade quando se deparem com uma biblioteca, ao invés de uma boca de fumo.
Mas pode-se perfeitamente dizer que já
temos uma biblioteca pública. Certo, mas desde quando livros e conhecimento são
muitos? Quanto mais, não seria melhor?
Coloquem-se mesas e cadeiras no entorno
e, interessantíssimo seria, dotar o espaço com internet wi-fi.
Já que não temos cinemas, seria profícua
a exibição de filmes que também é um belo instrumento para se conseguir conhecimento
e, assim, desgastar a nuvem de ignorância que habita em nossas cabeças.
Com isso os políticos não estariam
criando cobras para lhes picar depois. Estariam criando sim, cidadãos que
poderiam melhorar a nossa cidade no futuro. Afinal, um povo educado trabalha
melhor, consome melhor, vota melhor e não dá tanta importância à vida alheia.
Todo político bem ou
mal intencionado deseja realizar obras para a posteridade e que bela obra não
seria essa? Fazer uma biblioteca no centro da cidade exposta aos olhos de todo
mundo. Será que existiria feito mais edificante que uma prefeitura pudesse
fazer além de tentar instruir os seus munícipes?
Faça-se alguma coisa antes que aquele
ambiente seja usado para o comércio e para o uso de drogas. Essa é uma medida
simples e não custa quase nada.
Criou-se uma secretaria de segurança
para tentar inibir a criminalidade que por hora reina em nossa cidade. Mas é
sabido que violência não se combate apenas com repressão, se combate
principalmente com ações inibidoras e educativas dos poderes públicos. O que foi
exposto acima é uma bela ação ou deixemos que o aquele ambiente se torne uma cracolandia, cacoinalandia ou oxilandia?
Os reacionários inventarão mil e uma
objeções. Todavia, a melhor forma de refutar uma coisa, é propondo outra
melhor.
PS:
Para quem mangou da inauguração de um orelhão, fazer uma biblioteca pública
também é uma forma de satirizar aquele vil ato de tentar iludir o povo.
PS2:
O amigo Antonio Messias aconselhou que essa ideia seria melhor aproveitada, se
fosse enviada em forma de projeto para a secretaria de cultura. Mas o poder
está tão perto, que julgo desnecessário apelar para a burocracia.
0 comentários:
Postar um comentário