O
grande poeta Jessier Quirino, matuto por vocação, disse num dos seus momentos
de sapiência, “as pessoas não morrem, elas murcham”, aliás, sapiência é o que
não falta a ele. Parece que tal axioma se aplica literalmente ao Papa Bento
XVI, fisicamente o coitado “tá só as tira”.
A
debilidade física parece consumir o pobre o homem. Partindo disso, ele
surpreendeu o mundo ao afirmar a sua renúncia. Segundo ele, a sua saúde não o deixou
seguir no seu exercício de guiar a toda poderosa Igreja Católica Apostólica
Romana.
Porém,
concomitante a isso surgem outras versões para a renúncia. E segundo algumas
delas o santo padre não resistiu ao cargo devido a escândalos financeiros e
sexuais praticados por entes da instituição. A tensão era tão grande que o Papa
“pediu penico”.
Além
da saúde do papa e dos escândalos que maculam a imagem da igreja, há ainda
algumas teorias da conspiração que tentam ganhar espaços.
Quem
está com a verdade? Eu não sei. Sei que esse fato evidencia uma peculiaridade
que anda quase extinta na natureza humana: a hombridade desse velhinho. O
ex-soldado de Hitler que chegou ao trono de São Pedro e teve a humildade dos
grandes líderes, refutando o poder que lhe fora incumbido. Coisa rara de se vê.
Todavia,
alguns intelectuais dizem que faltou a Joseph Ratinzger governabilidade para
que ele pudesse seguir no cargo.
Governabilidade,
com essa palavra saímos do glamourizado mundo do Vaticano e chegamos ao feudo coronelizado de Caririaçu.
Aqui,
o grupo político que acabou de chegar ao poder fez uma conchavo com quem até
pouco tempo atrás era adversário ferrenho, sendo rotulado por “seboso”.
Mas
o que tem de errado com os políticos fazerem um acordo. Nada de errado, como
disse o ex-governador, Gonzaga Mota, a política é dinâmica.
O
que chama atenção é baixo nível de discussão dos problemas e o conluio
realizado com o único intuito: manutenção do poder. Mas quem quer se manter no
poder, será que também quer fazer o bem ao eleitor? Ou o valor do eleitor já
foi devidamente indenizado na época da campanha?
Governabilidade,
oh palavrinha chata da miligota, tal qual o politicamente correto. Em nome
dessa tal de governabilidade é que inimigos mortais fazem as pazes (quando eles
se associam um dos dois está blefando ou lucrando muito), ou fingem que fazem.
Assim foram adversários, o dito seboso e os imaculados até o final do ano
passado. Mas para conseguir a governabilidade, os puros se sujaram, ou foi o
sujo que se limpou? Quem foi que mudou de ideologia nesse jogo de me engana que
eu gosto? Mas será que eles têm uma ideologia de ideais, não pude evitar o
pleonasmo, ou a ideologia deles é o bem material? Quanto maior a bolada e o
clientelismo, melhor!
Uma
das maiores aberrações que eu escutei foi que o “seboso” foi catequizado pelos
imaculados para que estes tivessem maioria na câmara e o prefeito não ficasse
refém do legislativo. O que Locke e Montesquieu diriam disso? Um poder se
tornar presa de outro? Quando Locke teve a ideia e Montesquieu ampliou a teoria
dos três poderes, foi para que cada um fosse autônomo e independente um do outro
e jamais houvesse supremacia, seria o equilíbrio do poder pelo poder.
Se
for para que o legislativo sirva o executivo, não tem motivos para que ele continue
existindo, afinal qual a função dele?
A
turma do poder, logo se prontificará e dirá que não existe submissão alguma do
nosso parlamento. Será mesmo? Lógico que existe, e não é por querer deles não,
é por pressão psicológica mesmo. Ou alguém vai peitar o patrão, se julgar
necessário, para enfrentar o seu furioso e dogmatizado séquito?
O
seboso, como era chamado pelos opositores, parece que não sabe ser oposição, é
só olhar o histórico dele para constatar isso.
No
jogo de interesses, na barganha, no escambo, o dito seboso não passou de um
lado para outro, somente por lhe faltar criticidade para ser opositor. Antes o
bem individual do que o coletivo. Ele mudou mesmo foi por causa da sua
concupiscência, afinal ganhou a presidência da câmara dos comuns, um veículo
para seu uso pessoal e uma meia dúzia de emprego para serem transferidos para
seus vassalos. Empregos estes que deveriam ser para concursados. Por falar em
concurso, quiçá possamos publicar uma postagem futura falando dele.
Como
disse Maquiavel, em política os fins justificam os meios. Sendo o objetivo
final a manutenção do poder, não faz mal nenhum (a eles), o seboso e o
higiênico se mancomunarem.
E
a lição do velhinho que não continuou no cargo por reconhecer que não seria ele
a solução para os problemas? Certamente algum “seboso” da igreja tentou se
aliar a Ratzinger, mas a sua idoneidade e o seu desapego ao poder bradaram mais
alto.
Veremos
se o nosso novo papa com seu séquito resolverá alguma coisa!
Passei nesta cidade no sábado a noite
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