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sábado, 19 de março de 2011

Personalidades de Caririaçu: Raimundo de Oliveira Borges


Antes de versar sobre Raimundo de Oliveira Borges faz-se mister um pequeno adendo: ele prestou os seus serviços de homem das letras, das leis e da política noutras cidades como por exemplo, Missão Velha, Tauá e com destaque para o Crato. Porem restrinjo-me em relatar as suas ações em seu querido torrão natal, Caririaçu, a eterna Serra de São Pedro!
Raimundo de Oliveira Borges nasceu, irrompeu para a glória terrena numa terça-feira, 2 de julho de 1907 no pequeno povoado de São Pedro, atualmente Caririaçu, na casa onde hoje funciona a Secretaria de Agricultura do município, Rua Carlos Morais nº 485.
Raimundo de Oliveira Borges em 1923
Prole caçula de Clemente Ferreira Borges e Maria José de Oliveira Borges. A maior parte de sua infância foi no sítio Taquari, onde seu pai possuía uma fazenda e um engenho.
Cursou o antigo primário no seu torrão natal entre os anos de 1916 e 1921 e, o secundário no Colégio Diocesano do Crato (1923), Instituto Araripe Júnior, Instituto Menezes Pimentel e Liceu do Ceará, em Fortaleza (1924 a 1926). Concluiu no Ginásio da Bahia (1927), em Salvador, perfazendo assim a escolaridade exigida na época para a inscrição no vestibular do curso superior.
Em março de 1928 ingressa juntamente com 17 cearenses na Faculdade de Medicina da Bahia, onde cursou apenas o 1º ano.
Em 1930 remaneja-se para a Faculdade de Medicina do Recife, concluindo o 2º ano médico.
Entretanto, Borges não concluiu esse curso, devido a problemas de saúde interrompeu-o e regressou para São Pedro empreendendo-se com uma pequena farmácia comprada por seu pai, a Farmácia Borges, em 1931. Um ano depois, casou-se com Iraídes Bezerra de Souza, da urbe vizinha de Lavras da Mangabeira.
Conta-se que certa vez Raimundo encontrava-se recostado à soleira da farmácia quando um transeunte o interpelou: “como vão as pílulas?” Ele então imaginou como estariam seus amigos da Faculdade de Medicina e isso incitou-lhe a fazer outro curso superior. Em 1933, ele galga o exame de admissão e matricula-se na Faculdade de Direito do Ceará e cola grau em 1937, sendo o orador da turma pela sua eloquência, versatilidade e cultura.
Principia na carreira profissional na função de Promotor de Justiça nas Comarcas de Tauá, Missão Velha e Crato. Depois de efetivado, afastou-se por motivos particulares. Foi edil no Crato e suplente de deputado estadual pelo extinto PSP (Partido Social Progressista).
Raimundo de Oliveira Borges também lançou-se candidato a prefeito de Caririaçu. Mas por capricho do destino, ele foi derrotado pelo seu oponente por míseros 4(quatro) votos. Borges atribui essa derrota a prostituição do voto.
Em 13 de maio de 1975 foi congratulado com o titulo de Cidadão Honorário do Crato.
Raimundo de Oliveira Borges foi fundador e dirigente do Instituto Cultural do Cariri e professor da Faculdade de Filosofia do Crato, a qual deu origem a URCA (Universidade Regional do Cariri).
Advogado, professor e escritor ele foi uma das mais brilhantes mentes do Cariri, tendo grande destaque no campo da Advocacia.
Em sua terra natal, a menina de seus olhos, Serra de São Pedro, Raimundo Borges criou o Gabinete de Leitura Euclides da Cunha[1], e em companhia de Raul Milton (forasteiro de Recife) e seu primo Manoel Furtado de Lacerda, o jornal O ECHO, quiçá o primeiro noticioso impresso da cidade. O jornal hebdomadário tinha o intento de divulgar os princípios democráticos e renovar o quadro político. Porem teve biografia efêmera vindo a extirpar-se já no seu primeiro exemplar.
Raimundo de Oliveira Borges desde sempre cultivou o hábito de ler e escrever, destarte ele desenvolveu uma obra invejável com cerca de 24 livros publicados, são eles: Crime de Injúria verbal (1945), Interdito Proibitório (1963), A Eloquência e o Direito (1963), A Cidade do Crato (1980), Monsenhor Doutor Eugênio Veiga (1974), Serra de São Pedro, esboço histórico (1983), Memórias, fragmentos de minha vida (1988), A presença de Euclides da Cunha na nossa história (1962), Visita de Nossa Senhora de Fátima a Caririaçu, A Árvore Amiga (1995), Euclides da Cunha e a Unidade Nacional, O Coronel Belém do Crato, um injustiçado, Eles e Eu, mensagens gratificantes, O Engenho Taquari, Síntese Histórica da Câmara Municipal de Caririaçu, O Crato Intelectual, Memória Histórica da Comarca do Crato, O Padre Cícero e a Educação em Juazeiro, Clemente Ferreira Borges, Meu Pai, Discursos Acadêmicos, Árvore Genealógica da Família Borges, Os Bispos do Crato, Relembranças Inesquecíveis, Meditações e Saudades e Reminiscências, o Meu Itinerário (2007). Este último lançado em comemoração ao seu centésimo aniversário natalino.
Dentre as suas publicações destaca-se Serra de São Pedro, esboço histórico, de 1983 com uma 2ª edição em 2007, por ela ser uma das raras fontes impressas que contam fragmentos da memória da cidade de Caririaçu. Porem em todos os outros ele faz alusão a sua Serra de São Pedro. Serra de São Pedro, era assim que ele chamava e queria que fosse o nome oficial da cidade de Caririaçu.
Para amargura de todos os conterrâneos e irmãos caririaçuenses, companheiros caririenses e porque não povo cearenses, às 14h do dia 27 de janeiro de 2010 é ceifado pelo anjo da morte para medrar os anjos do éden, Raimundo de Oliveira Borges, no nosocômio São Miguel de Crato, o Mundinho, como era conhecido pelos familiares e amigos próximos ou Dr. Borges, na ambiência profissional. Faleceu aos 102 anos e encontrava-se lúcido e em plena atividade intelectual, “morrendo assim como cidadão que estava vivo”, produzindo, sendo útil a sua querida gente e não definhando sobre um catre.
A Câmara Municipal de Caririaçu criou a medalha Raimundo de Oliveira Borges, toda cunhada em bronze para condecorar personalidades que se destacam na contribuição para o desenvolvimento  da Serra de São Pedro.

Referências bibliográficas:
BORGES, Raimundo de Oliveira. Serra de São Pedro Município de Caririaçu (Esboço Histórico). Tipografia e Papelaria do Cariri, Crato 1983.
BORGES, Raimundo de Oliveira. Reminiscências: O Meu Itinerário. ABC Editora, Fortaleza, 2007.
OLIVEIRA, José Jezer de. Raimundo Borges morreu enquanto estava vivo. Disponível em http://www.casadoceara.org.br/index.php?arquivo=pages/blog/perfil_jezer/e0410.php Acessado em: 03/12/2010.



[1] Uma tentativa de libertar a vila de uma enorme teia de ignorância e ausência de intelectualidade. Ele escrevia para as editoras pedindo doações de livros. Criou-se um galpão que era aberto todas as noites para aqueles que se interessassem e tomassem gosto pela leitura. Porem algum tempo depois a instituição ruiu, Raimundo Borges acreditava que isso aconteceu devido a sua ausência da cidade e a politicagem, essa agrura que sempre assolou Caririaçu.

2 comentários:

  1. Massa cara, como caririaçuense sou muito grata a vc por este blog. parabéns! Estamos aí , beijooosss

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  2. Neste ano, precisamewnte em Maio fui a Caririaçu fazendo umas pesquisas genealógicas. Fui na Igreja Matriz e no Cartório Oliveira. Estava a procura de pessoas antigas ( idosas) e com boa memória que me ajudassem encontrar fatos e fotos sobre uns Oliveira ( Porfírio Ponciano e pinchain ). Um senhor de idade consideravel indicou uma localidade chamada Fazenda Verde mas disse que o o mais antigo já tinha falecido e penso que, após ter lido Sobre este sr. Raimundo oliveira...não sei não. Se alguém puder me ajudar é só escrever: kleberonline@zipmail.com.br. Meu nome kleber oliveira, com parentes no Acre e no Amazonas. Agredeço desde já.

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