Boa parte da população serrana de
Caririaçu acredita que a CE-385, a famigerada Rodovia Padre Cícero trará muitos
benefícios imediatos e medrará progresso a nossa cidade.
Porem enganam-se as mentes que
acreditam em tal fato. Pois, para se auferir progresso é necessário está
preparado e ter uma infraestrutura mínima.
Essa infraestrutura não existe em
nossa cidade.
Estaremos na trajetória de acesso
a capital e o tráfego de carros transitando em nossas ruas pode perfeitamente trazer
progresso à nossa comuna. Afinal éramos ”fim de linha” e agora estamos no olho
do furacão.
Mas com já foi dito o “tão
sonhado” progresso não cairá do Éden. Para que essa rodovia proporcionasse
melhores condições de vida à nossa comunidade seria imprescindível termos hotéis,
restaurantes, entre outras coisas básicas, ou alguém inferiu que termos
veículos forasteiros despejando fumaça
em nossa cara é o tão almejado desenvolvimento?
Porém alguém diz que temos esses “elementos
propulsores do progresso”. Mas é lógico que temos isso, só que de forma
inibida, sem grandes investimentos, ainda rastejando!
Tudo bem que boa parte dos
investimentos para preparar nossa cidade deve vir da iniciativa privada, mas a
gestão pública municipal já fez o seu trabalho: asfaltou as principais ruas e
instalou um tal de semáforo. Assim a cidade fica mais bonita, alguém diz, eu
sinceramente não acho, mas tudo bem gosto se lamenta.
Para quem acredita que a cidade
fica mais bonita com o asfalto, vou fazer uma comparação estapafúrdia:
Caririaçu está parecendo uma pessoa que veste uma roupa limpa, fica com a
aparência apresentável, porém não toma banho e exala um fedor dos infernos.
Quem tem conhecimento sente a catinga invadindo as narinas. Todavia meu amigo,
quem é ignorante se deleita com o mau cheiro.
O que se observa é que apenas
aumentou o movimento no trânsito, tornando todos vulneráveis, motoristas e
pedestres. Outro fator pouco observável: não fazia sentido falar em nossa
cidade em poluição sonora, exceto em festividades, mas agora para se saber o
que é isso basta indagar a um morador da Rua José Nogueira de Melo,
principalmente se for próximo as “tão sonhadas tartarugas”.
Outra coisa: essa estrada está
acirrando e tornando evidente ainda mais as contradições sociais do mercantilismo
em nossa terra. Não entenderam? Então eu explico: está acontecendo no mundo
inteiro uma onda chamada bolha imobiliária. Bolha Imobiliária? O que vem a ser
isso? De maneira simplificada, isto significa que imóveis são comercializados
bem acima dos preços que realmente valem. Destarte, quem tem dinheiro sai
comprando e vendendo lotes e casas por aí aumentando assim o seu capital. O mesmo
que está acontecendo em nosso Caririaçu.
Uma pergunta: quem é pobre e não
tem moradia própria, o que faz numa situação dessas? Morre à míngua? Pois a tal
bolha também encarece o aluguel. Continuando essa situação, pobre vai ter o
“direito” de nunca ter nada e se não tem nada, sempre será nada, nesse mundo
barbarizado pelo neoliberalismo! Contradições do modo de produção capitalista.